5 empregos trabalhos dos sonhos

Oquei. Não foi dessa vez. Eu não só não ganhei na Mega-Sena como comprovei que tenho um azar monstruoso no jogo (tou esperando a tal sorte no amor). Vejam bem: eu fiz 5 jogos, com 6 números cada. Não repeti os números nenhuma vez. Dá pra acreditar que desses 30 números que eu apostei, eu só acertei UM? Olhem só. É muito azar. Eu devia ganhar um prêmio.

Pois bem. Ontem a noite eu estava no agradabilíssimo beer garden (rá!) do Milo Garage batendo papo com um amigo que eu não via há tempos. Ambos falamos sobre nossas vidas, nossas atuais situações, e quando o papo desemprego/novo emprego chegou, ele me perguntou qual seria meu emprego dos sonhos.

PÉRA AÍ. Eu não tenho um emprego dos sonhos.

Pra falar a verdade, eu acho que emprego e sonho são duas coisas bem incompatíveis. Quem em sã consciência sonha com um emprego? Digo, as pessoas sonham em ter dinheiro e melhorar de vida, mas não em acordar todos os dias cedinho, tomar banho, por uma roupa que muitas vezes não era o que você queria vestir, pegar um (ou dois, ou três) ônibus, chegar num lugar onde habitualmente o que rola são fofoquinhas de corredor, falsidade entre colegas e um querendo puxar o tapete do outro pra se dar bem na vida. Na boa. Ninguém sonha com isso. Emprego é uma coisa ruim. Diferente de trabalho, que é algo bom pra caralho.

Então, isto posto, eu não tenho empregos dos sonhos. Tenho trabalhos dos sonhos. Que são (sem ordem definida):

1 - Escritora de guias de viagens. Po. Imagina só. Você ganha dinheiro viajando, visitando os lugares, experimentando as comidas, conhecendo obras de arte, novas culturas, paisagens e afins e escrevendo sobre isso. Não tem como ser ruim. Não existe a menor possibilidade de isso não ser prazeroso.

2 - Fotógrafa de alguma banda fodona. Tipo, sei lá, U2. Ou Madonna. Ou algo menor como Radiohead, ou de alguma banda que parece divertida como Franz Ferdinand. Passar os dias em turnê pelo mundo, e em alguns momentos fotografando show. O que mais eu ia querer da vida? Ainda tem o fator groupie band-aid - eu estaria na entourage de uma grande banda de rock... foda.

3 - Vocalista de alguma banda fodona. É uma pena que eu tenha voz de taquara rachada. Porque nesse caso haveria o fator groupie às avessas. Mocinhos iam se oferecer pra mim, e eu só ia recusar se eu quisesse. Que alegria!

4 - Dona-de-casa-com-marido-rico-e-submisso. Vejam bem, o lance do marido ser rico e submisso é fundamental. Se ele for pobre, não tem graça ser dona de casa. Se ele não for submisso, você acaba virando empregada do marido. Agora, nessas condições, com marido rico e submisso, a vida da dona-de-casa vira uma alegria sem fim. Cozinhar comidinhas gostosas por vontade, e não obrigação, fazer compras a tarde, passar horas no salão, ler suas revistas preferidas. Ah, é importante não ter filhos. Mas aí, pensando bem, não tem trabalho nenhum envolvido.

5 - Mecenas. O termo mecenas, nos países de línguas neolatinas, indica uma pessoa dotada de poder ou dinheiro que fomenta concretamente a produção de certos literatos e artistas. Juro por tudo que há de mais sagrado que se um dia eu conseguir juntar uma fortuna, parte dela vai ser destinada ao mecenato. Mas isso é trabalho? Sei lá. Mas é meu sonho.